terça-feira, 26 de maio de 2015
E AÍ DE REPENTE ESTAVA CASADO. Com direito a tudo, paletó, papel passado, dama de honra, coroinha, cartório, juiz, pastor, padre, padrinho e até um preletor espírita. Só não tinha pessoas da umbanda e do candomblé, porque sua recém esposa não conhecia nenhum. Dos convidados não faltou ninguém, aliás, só alguns amigos, considerados chatos por Ela, devido à insistência que eles faziam em ao invés do casamento irem jogar RPG.

A festa foi uma coisa de louco! Tinha um Buffet completíssimo, com pratos que variavam do clássico canapé, até mesmo a uma boa pratada de strogonoff de Filé e vinhos 12 anos. Ah! Não podia esquecer, também teve um cardápio completo para quem preferia comida japonesa ou italiana. Além disso, a decoração... Que decoração, fantástica! Ela havia contratado uma equipe de designers de interiores para misturar o gosto do casal, que mesmo sendo completamente diferentes como games e... (do que ela gostava mesmo?) Deram super certo!

Ah! E os filhos... Tudo bem que, como ele se casou com Ela aos 25 anos, tiveram cerca de três anos para aproveitar o casamento e planejar a vinda dos pequenos Mário, nome escolhido por ela, e Sophia, nome escolhido por ele, ou seria Ela? Mas são um casal perfeitos, educadíssimos. Exceto pelo menino, que puxou muito ao pai e prefere brincar de correr no parque, dando trabalho para a babá ruiva que eles contrataram. Babá que, inclusive, a faz sentir ciúmes com a forma em que trata seu marido. Mas Ela sabe que ele só tem olhos para Ela.

Já ia esquecendo... E o tempo de casamento? Foram os melhores da vida deles! Permaneceram casados por quase uma eternidade. Na verdade, só não foi eterno porque ele infelizmente morreu primeiro. Teve um enfarte, mesmo sem nenhum histórico na família e praticando esportes como quando ainda tivesse 16 anos. E o velório teve de tudo, a mãe do defunto, em plenos 126 anos, chorando e sendo amparada por Ela. Os filhos já formados em medicina e direito, inconsoláveis, e os amigos afastados tentando fazer algum tipo de ritual para voltar no tempo e jogarem RPG.

E a saudade após... Definitivamente insuportável. Ela só pensava naquela noite do primeiro encontro, ainda sentada no colo dele, na praça, aguardando a pré-estréia do filme Batman o cavaleiro das trevas, em que após Ele descobrir toda essa vida, antes mesmo do primeiro beijo, apenas esperou o filme e nunca mais voltou. Ou teria sido a noite no Parque Flamboyant?

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