quinta-feira, 4 de junho de 2015
Para falar a verdade, não queria estar ali. Nada fazia
sentir vontade de sair daquele mundo de tela em LCD com cores em RGB e cenários
cada vez mais distantes de uma ‘realidade’ mundana. Não, para falar a verdade
cada vez mais preferia vestir-se como aquele herói de capa, espada, armaduras e
montarias épicas. Talvez guerrear suas guerras, ganhar suas glórias, morrer
como mártir e ressuscitar como mágica. Não... Para falar bem a verdade, não via
mais sentido no mundo entre a terra e a cadeira do quarto em frente ao
computador. Amigos só se fosse online, comida se viesse por delivery ou e-mail.
Como por e-mail ainda não é viável, melhor delivery.
Não... Para falar a verdade, não tinha mais verdades nos
olhos em que encaravam o mundo, para ele era como se o olhar para as outras
pessoas fosse uma mescla de grandes mentiras e pequenas conspirações, em sua
ideia, todos apenas queriam rotular seus feitos. Era O Nerd, O esquisito, O
maluco, O sem futuro, O simplesmente inumano. Se bem que o primeiro e ultimo
termo era encarado como elogio. Mas, não... Para falar a verdade, sua mente não
queria saber dessas pessoas, elas não sabiam entender o motivo de seu
distanciamento, não abriam brechas para uma aproximação verdadeira se não pelo
interesse de sua única habilidade social, prestar atenção. Não, para falar a
verdade não entedia bem esse mundo sem mágica, sem dragões ou jornadas de
buscas memoráveis. Para onde olhava via somente pessoas com seus defeitos e
qualidades ou de caráter duvidosos.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Apesar daquela frase já ser uma pergunta,
ponderou em responder. Aquele era para ser um momento de descanso,
apenas. A panificadora estava lotada, porém ainda assim podia encontrar um local
quieto, nas mesas do lado de fora.
Uma das atendentes trazia uma fatia de bolo de chocolate, mas
antes havia comido dois mistos, com pão francês, e tomado uma coca-cola de 600 ml.
Na rua, várias pessoas chegavam ao terminal, vindo de seus respectivos
trabalhos.
– Não, melhor não... O Senhor precisa de algo mais? –
perguntou aquela atendente.
De outra forma a desistência da moça, pela pergunta, o
fez sentir melhor. O dia havia sido daqueles de ‘cão’, mas não qualquer cão, era um daqueles dos ‘infernos mesmo’, capiroto. Logo cedo teve que se levantar
da cama, por volta das 5h da manhã e enfrentar o ‘batidão’ do transporte
coletivo, para só após uma hora de espera descobrir que, naquele dia, haviam
mudado as rotas e o ônibus que ele estava acostumado a pegar ali, já não
passava mais naquela rua.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
O gosto do café não trazia nenhuma outra sensação, se não o
amargo daquela madrugada que nem mesmo Leonard Cohen conseguia, com sua voz de
ouro, dar cor romântica a toda tragédia de uma só família. Não,
definitivamente, nem mesmo o quarto escuro, enquanto todos dormiam, trazia o
sentimento de segurança ou tranqüilidade. Pelo contrário, lá fora, mesmo que em
silêncio, tudo era apenas gritos, sirenes, que em algum bairro rasgava as ruas
de asfalto cor sangue e choros cantando injustiças...
A cama suada anunciava um corpo inerte que acabara de
acordar de um pesadelo tão real, tão palpável... Lá fora, apenas luzes da noite
e um suave assobio de um guarda que fingia dar proteção ao bairro. Uma mulher,
de roupas surradas e corpo tão magro quanto á esquálida silhueta de um cabo de
enxada ou vassoura, passava pela rua a procura de comida entre latas de lixo. A
princípio, nada de incomum, uma noite mais que brasileira... Mas aquele
sentimento agoniava o peito. O que estava de errado, fora o pesadelo?
terça-feira, 26 de maio de 2015
E AÍ DE REPENTE ESTAVA CASADO. Com direito a tudo,
paletó, papel passado, dama de honra, coroinha, cartório, juiz, pastor, padre,
padrinho e até um preletor espírita. Só não tinha pessoas da umbanda e do
candomblé, porque sua recém esposa não conhecia nenhum. Dos convidados não faltou
ninguém, aliás, só alguns amigos, considerados chatos por Ela, devido à
insistência que eles faziam em ao invés do casamento irem jogar RPG.
A festa foi uma coisa de louco! Tinha um Buffet completíssimo,
com pratos que variavam do clássico canapé, até mesmo a uma boa pratada de
strogonoff de Filé e vinhos 12 anos. Ah! Não podia esquecer, também teve um cardápio
completo para quem preferia comida japonesa ou italiana. Além disso, a
decoração... Que decoração, fantástica! Ela havia contratado uma equipe de designers
de interiores para misturar o gosto do casal, que mesmo sendo completamente
diferentes como games e... (do que ela gostava mesmo?) Deram super certo!
QUANDO ME MUDEI PARA CÁ, nunca pensei que passaria por
tamanho disparate. Sim! Disparate, não tem outro termo! Afinal é uma vergonha
para qualquer um nesses tempos ultramodernos passar, ou melhor, não passar, por
uma situação tão vexatória como essa!
Veja bem, quando me mudei, meu tio, completamente
generoso e otimista, veio me dizer que Goiânia é uma cidade com grandes
oportunidades, capital que quase não se vê diferença social. Local em que até
os carros são tratados como pedestres, por estacionarem nas calçadas. E que,
aqui, eu JAMAIS seria tratado de forma diferenciada na rua. Todo mundo é igual,
perante a imaginação dele. Mas mal sabia eu, que aquele falatório era apenas história
para boi dormir! E olha que de boi aqui tem muito, basta ver nas músicas
sertanejas...
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Sendo assim comecemos:
1 – Coma sanduíches naturais, como lanche.
Sim, isso mesmo. Sempre que puder, mas principalmente quando estiver acompanhado,
converse a respeito de como as comidas industrializadas fazem mal à saúde e, ao
mesmo tempo, procure um ponto para dar exemplo comprando um desses sanduíches
de pão integral com salada e maionese (falsamente light) e acompanhado de uma
Coca zero ou original, sem se esquecer de avisar que só está comprando o
refrigerante, apenas porque sua imaginária nutricionista disse que podia
extravasar uma vez por semana.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
É de fato um absurdo! Um disparate
sem fim... Deu até no jornal! Um homem, em plena contemporaneidade, parado,
encostado ao muro do terminal de ônibus, desafiando a realidade desse mundo
massificadamente virtual.
Sem dúvida uma falta de respeito!
Estava lá em pé, quieto, lendo seu livro sem nenhuma tecnologia. Isso mesmo!
Sem nenhuma tecnologia, aplicativos, wifi, k-code para ver imagens e o pior, de
P-A-P-E-L! Mas não qualquer papel, um daqueles amarelados, costurados em uma
capa dura, tipo brochura. Brochando todo e qualquer significado de uma
sociedade estruturada, há décadas, sobre o alicerce assertivo do contato a
distância e individualidades sociais preservada pela internet.
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Rapaz... Pense num cabra
valente... Mas não qualquer valente. Pense num cabra valente do tipo sujeito
bom, ‘baióla’ (não baitola), duro na queda. Esse era o famoso Celso Rodrigues.
Homem com ‘H’ grande, tão grande que em toda sua valentia se tornou juiz de paz
da comarca numa cidadezinha do sertão do cerrado. Porém, não desses juízes que
depois se candidatam com suas ações contra o crime, apenas para meter a mão nos
bolsos de quem o elegeu, igualando a aqueles a que deu ordem de prisão.
domingo, 18 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
POR ALGUM CAPRICHO do ‘Indesejado’,
do de ‘Lá de Baixo’, daquele ‘Pé de bode’, do ‘Tinhoso’, nasceu Militin de ‘cumpade
Zefa’. Homem dos mais conversadores e mentirosos que já pisou por aquelas
bandas. Não tinha uma história que não fizesse parte ou um assunto que não
fosse entendedor. Era de cabo a rabo conhecido pela cidade, muitos gostavam de
suas lorotas, chamando-o de amante da ficção, outros, no entanto, tinham
verdadeira gastura de ouvir até o nome daquele inventor de fatos
sensacionalista e inverídica dos acontecimentos da cidade.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
E coitado de seu Arnaldo...
Ainda arrumando os copos de
cerveja em seu ‘Bar Treme-Treme’, nome que homenageava seu Mal de Parkinson,
ouviu o grito de Gemima, sua esposa (as vezes penso de quem foi a brilhante
ideia de batizar a pobre mulher com essa ofensa).
– Arnaldo! Ôh Arnaldo!
– O que é Gemima! – retruca o home soltando seu pano branco de enxugar copos.
– Precisamos de ovos, Arnaldo. Vai lá na feira comprar!
– E isso é hora de procurar ovos, Gemima? Não tem feira de noite não!
– Mas precisamos de ovos!
– O que é Gemima! – retruca o home soltando seu pano branco de enxugar copos.
– Precisamos de ovos, Arnaldo. Vai lá na feira comprar!
– E isso é hora de procurar ovos, Gemima? Não tem feira de noite não!
– Mas precisamos de ovos!
– Ôh, meu Deus do céu, onde é que vou conseguir ovos uma hora dessas... Tá bom,
Gemima, tá bom! – Não tinha jeito, era ir buscar ou ter que ouvir sua mulher
gritar o tempo inteiro sobre esses tais ovos.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
NÃO É NOVIDADE. Sempre tem alguém que fica famoso
por conta de seus ‘ditados’. E numa cidade do interior, ainda...
Mas estava lá, em cima do palanque...
O grande político que vou dar a alcunha de Epaminondas (para proteger o santo).
O discurso estava acalorado e quanto
mais ele falava, mais o povo concordava em gritos e repetiam seu nome,
“Epaminondas, Epaminondas, Epaminondas!” Sua oratória estava impecável. Sua
confiança frente ao público era simplesmente formidável. Apenas lá no fundo da
multidão é que um grupo não se manifestava. Já no palanque vários políticos
cochichavam entre si, nada fora do comum.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
É... Não tem jeito... Uma hora
todo mundo é obrigado a ouvir uma pergunta idiota. Mas não qualquer pergunta
idiota. Tem que ser uma daquelas como de finais de ano, quando vamos a uma ceia
com a família toda reunida:
– Esse é seu filho?
– Não. Esse é meu amante, gosto de sair com ele quando saio com minha mulher.
– Não. Esse é meu amante, gosto de sair com ele quando saio com minha mulher.
Ou então quando estamos lavando as
mãos num restaurante e chega um atrás:
– Está lavando as mãos?
– Não! Estou tentando afogá-las. São muito bobas!
– Não! Estou tentando afogá-las. São muito bobas!
domingo, 11 de janeiro de 2015
sábado, 10 de janeiro de 2015
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