terça-feira, 18 de novembro de 2014
Como sempre, caminho por Goiânia em busca de algo que me surpreenda. Porém, sinceramente, a única coisa que tem me surpreendido, ultimamente, são os obstáculos ‘inventados’ para que nós pedestres não possamos caminhar. Encontramos de tudo um pouco, de mesas de bares a carros estacionados na calçada. Chega até impressionar com o tamanho descaso do poder público e, principalmente, da população como um todo.

Eu estava ali no Setor Aeroporto, com todas as suas ruas confusas e sem nenhuma ordem lógica. O sol judiava da minha ‘moleira’... – ri me recordando dessa fala de quando eu morava na Bahia. A placa da esquina indicava a Rua 16A com Rua 6A. Nenhuma das duas era a que eu queria. Precisava chegar a Rua 15A. Puxei do bolso meu celular. Fiquei estarrecido ao ver, pelo GPS, que a bendita rua que eu precisava ir estava completamente do lado oposto do mapa e não em sequência.

 ‘Sem problemas’... – Pensei tentando ser otimista. Acelerei um pouco o passo e continuei caminhando. Já na primeira curva, um primeiro obstáculo me chamou a atenção. Do lado de um ponto de ônibus vários sacos de lixo, daqueles pretos, descansavam tranquilamente sobre a lateral de metal do abrigo. Os sacos estavam amontoados a ponto de ocupar completamente a calçada. Não havia espaço nem para que uma barata pudesse caminhar por entre os detritos.

‘Sem problemas’... – Falei novamente em pensamento. Desviei um pouco, passando pela rua. Uma motocicleta quase passa por cima de mim, apenas para fazer graça de dar susto. Voltei para a calçada e segui a Rua 6A até chegar a Rua 17A. O GPS apontava que esse era o melhor caminho. Dobrei a esquina, tinha o intuito de permanecer no lado direito da rua, ao menos até chegar na Av. República do Líbano, mas a Comurg (empresa de limpeza pública) ocupava toda aquela lateral para realizar as podas das árvores.

‘Tudo bem, sem problemas’... – Pensei novamente, enquanto eu atravessava a rua, com cuidado, tentando entender a lógica dos empregados jogarem galhos pela calçada, enquanto a empresa deixava os carros de coleta estacionados ao lado dos trabalhadores.

Uma buzina bem em cima da calçada me assustou. Eu estava em frente do Estacionamento Exclusivo Politec.  Olhei para frente, carros faziam fila para entrar no terreno cheio de cascalhos. A buzina era de um sujeito que esperava que o carro da frente criasse hélices. Parei para estudar a movimentação dos veículos. ‘Sem problemas’... – pensei novamente enquanto atravessava a frente de um dos automóveis, tentando ser gentil com o motorista. Ele cumprimentou de volta, mas logo em seguida outra buzinada. O trânsito estava praticamente parado, por conta da fila.

Segui em frente. Atravessei com certa dificuldade a Av. República do Líbano pela faixa de pedestres, ela estava ocupada por motos e carros parados devido o sinal vermelho do semáforo.  O Gps pedia para que eu permanecesse na continuação da Rua 17A, mas era impossível. Carros das revendedoras de automóveis usados estavam estacionados pelas calçadas dos dois lados da rua.

... Suspirei... ‘Sem problemas’... – Pensei olhando para o celular e procurando uma nova rua. Não queria caminhar entre os carros em movimento. Achei um caminho que descia a Avenida no sentido Praça do Avião. Apertei os passos, já estava ficando atrasado. Só que na esquina, um Posto de Gasolina da Texaco, carros entravam e saíam, e no caminho nenhuma proteção para pedestres.

... Certo... ‘Sem problemas’... – olhei para um lado e para o outro. Passei por dentro do posto mesmo. Um frentista me olhou irritado, porque queria esticar a mangueira no momento em que eu cruzava e enroscou em minhas pernas. Pedi desculpas.

Depois do posto consegui, finalmente, caminhar por uns seis ou sete minutos sem muitas interrupções, até que na Rua 18A com a Av. Pires, um acidente obrigara o Samu a estacionar sua ambulância na faixa de pedestres e os policiais sobre as calçadas.

... Respirei fundo, mudei de direção novamente, fui para a rua competir espaço com carros. Não tinha mais tempo para mudar de rota. Entretanto, não tinha também mais calçadas, estavam todas em obras.

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