quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Tudo começou por conta de um acidente de trânsito. Só para variar.

E a noite nem tinha começado, o horário de pico estava no auge. Pessoas transitando em busca de voltar para casa após um dia de serviço, outras indo para faculdade e trabalho, lotavam as ruas da cidade. Na esquina, bem perto a um semáforo um carro estava com o pisca alerta aceso.

Era um acidente aparentemente casual, muito comum em Goiânia. Afinal, que essa é a capital onde parece que todos os motoristas aprenderam a dirigir na casa da mãe Joana, não é novidade nem para os gringos. Aqui, motoristas formados pelo teórico Departamento de Trânsito não tem o costume de dar seta, possivelmente por achar que se der a sinalização que irá virar, significa perder a virgindade do olho **. Mas mesmo assim alguns ainda aceitam o risco que é dirigir nessa cidade que ninguém, nem a mãe Diná, conseguiria prever a direção dos carros.

 – E o que fazer quando o errado do acidente é um policial...?

Dois homens discutiam alto sobre os prejuízos dos carros em plena Fued José Sebba movimentada, às 19h. Os carros sequer haviam estragado o suficiente para tanto estresse, mas sabe como são os maus policiais nesses casos... Ainda mais quando são da Rotam... (clique para relembrar de quem são, 2011)

O amigo do civil sacou o celular para tirar foto do carro descaracterizado e aparentemente particular do policial. Enquanto o mesmo soldado, sem uniforme, tentava sair a todo custo daquele local, antes da perícia chegar. Foi pra frente, foi para trás, cantou pneu e virou na primeira curva que deu para sair do trânsito. A discussão, então, parecia ter sido encerrada por uma foto. Eu continuei minha jornada.

De longe ainda via o carro dos civis, agora parando dentro do estacionamento da PUC-GO. Com certeza eram estudantes de comunicação, pelos adesivos nos carros e roupas mais largadas. Porém percebi de relance, algo errado. Na esquina estava, também, parando o carro do policial. Os civis não notaram. E foi aí que um simples – se é que posso chamar assim – acidente se tornou mais um caso de abuso de poder.

O policial da Rotam desceu do carro mostrando a arma na cintura, pegou o motorista do outro carro. Um jovem de cabelos, aparentemente pela distância, castanhos, roupas da moda e começou a agredi-lo na ‘cara’, e em pleno solo universitário. O outro que o acompanhava mais do que rápido, discou para a polícia. Era possível ouvir os gritos mesmo a distância. O soldado ameaçava matar os civis.

Pessoas aglomeravam de todos os lados, seguranças do estacionamento tentavam render o soldado enquanto a viatura não vinha e o soldado ainda conseguiu efetuar alguns disparos em direção ao carro dos estudantes. Outros corriam apavorados.

A viatura da PM chegou, até muito rápido. Há uma academia de polícia a poucas quadras da faculdade. Mas adivinhem o que houve! Os PMs separaram a confusão, chamaram seu colega de profissão, sequer algemaram. Outro pegou o carro do policial agressor e foram embora, como se nada demais tivesse acontecido.

E aí volto a perguntar. O que fazer quando o errado do acidente é um policial...?

Histórias comentadas por alunos da PUC-GO

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