segunda-feira, 13 de outubro de 2014
 – Um bandido desse tem é que ser pego pela população... Um bandido desse, (me desculpe falar assim, mas é a minha opinião e que muitos não têm coragem de dizer), merece é apodrecer na cadeia. Aliás, cadeia é muito pouco, merece é morrer mesmo... Merece é que a polícia dê um chá de sumiço nele... Ah! Mas aí vem os direitos humanos passar a mão na cabecinha desse tipo de marginal... Comigo não! Pra mim tem é que tomar cacete o dia inteiro! – comentou o apresentador de um programa jornalístico estilo Cidade Alerta – só assim para ele aprender a viver em sociedade...!

 Bem, não sou adepto a televisões. Acho os programas uma enorme perda de tempo. Entretanto por ventura do destino, no horário de almoço – momento em que a emissora acha conveniente mostrar, sem qualquer ética jornalística, imagens literalmente sanguinolentas – estava assistindo a esse jornalístico de muita audiência aqui em Goiânia. E segundo a matéria ‘principal’, uma jovem havia sofrido um atentado de homicídio. Um homem – com todas as características divulgadas do possível/suposto serial killer de mulheres na capital – vestindo uma roupa preta, em cima da moto tentou atirar nela em um pitdog no setor Jardim América. Porém a arma falhou.

A notícia não era grande, até por falta de imagens. Entretanto delongavam nas repetições do vídeo com contorno da vítima em negro e fundo avermelhado, para evitar o reconhecimento. Enquanto tudo acontecia, o apresentador andava de um lado para outro – até me lembrando um cachorro louco, enjaulado – dando berros no estúdio e tentando provar, literalmente aos gritos, seu ponto de vista. Penso até que ele não tinha mais nada a informar, pois num jornal de aproximadamente duas horas, repetir deve ser algo obrigatório para encher linguiça.

Minha vontade era mesmo de desligar a televisão, mas eu não podia simplesmente me levantar da mesa de um restaurante e realizar esse desejo. Outros ali pareciam apreciar a fala do apresentador. Inclusive percebi um homem, simples, sentado sozinho à mesa semi balançando a cabeça aprovando a fala do apresentador. Sinceramente, eu não sei o que era pior, se essa velha prática do discurso ‘Violência pela Paz’ ou a população que dá audiência a esse tipo de programa. 

Se esse conceito de que 'quanto mais bato melhor' de fato resolvesse, a palestina seria o lugar mais pacífico do mundo...

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