sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Se tem uma coisa que nunca entendi completamente é por que os psiquiatras nunca receitaram andar de transporte coletivo como remédio para insônia? Dormir no ônibus é uma prática bem antiga. Dizem que foi desenvolvida por trabalhadores cansados, adaptada por estudantes do ensino superior e aperfeiçoada por passageiros que não querem dar lugar para os idosos.

Chega a ser algo que mereceria um estudo mais aprofundado. Veja bem, aqui na Praça da Bíblia, diariamente, podemos ver multidões se aglomerando para esperar os coletivos, seja para chegar ao trabalho, faculdade, escola, seja para qualquer outro canto da cidade. Na fila encontramos de tudo, desde pessoas rezando por um transporte com mais dignidade, a pessoas serelepes que cantam, dançam e até tocam bateria imaginária (esse último sou eu mesmo). Porém após a chegada do transporte e da briga matinal pelo embarque, quem consegue um acento simplesmente apaga. Principalmente os que estão perto de alguma janela, até porque a prática de dormir em ônibus exige algumas habilidades, como manter a cabeça firme sem pender demais para os lados ou chacoalhar conforme as ondulações do asfalto goiano.

Porém o que me chama a atenção mesmo é quando passageiros que ocupam lugares para idosos, que geralmente são duplos, estão conversando naturalmente e vê um (a) senhor (a) passando pela catraca. Parece uma dose de efeito instantâneo de Rivotril, é impressionante como eles simplesmente entram no mundo dos sonhos e não voltam nem com cutucadas, chacoalhadas ou gritos. Não importa o que faça, é um estado de sono tão profundo que até mesmo a ciência não consegue explicar, se não pela chamada “síndrome do desrespeito aos mais velhos”.

Essa síndrome funciona da seguinte forma no transporte: geralmente dois jovens estão conversando sobre qualquer trivialidade de seus longos 15 a 20 e tantos anos de experiência. Então passa pela catraca um senhorzinho cansado de uma vida dura de trabalho, mas simpático e em muitos casos humilde. Se o idoso não fizer menção de que está indo em direção aos jovens, tudo bem, eles continuam a conversa. Mas se por ventura o senhor der o primeiro passo para o banco. Pronto. O estado letárgico de sono é ligado e aí, só no desembarque dessas criaturas. Em alguns casos, pessoas acordadas, dão lugares, mas a grande maioria não. Já em outros casos dão briga.

Sim, isso aconteceu em Goiânia.
A idosa espancou essa jovem por ela não ter dado o lugar.

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