quarta-feira, 26 de novembro de 2014
É... Quem diria pai. Você estava
certo!
O ‘ser adulto’ chega logo, já não
volta o tempo, e adultera os sentidos de um saudosismo quase que discreto, em
sua indiscrição de nos fazer lembrar, anos tão atrás...
Lembra de quando caminhando pela
rua, você parava para colher uma folha e fazê-la de corneta...? Pois é... Nessa
correria do dia a dia, não tem mais folhas. Mal vejo árvores de dentro das
salas frias e mesas de madeira que, como todos os dias, me sento para analisar
textos, contando os minutos.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Atendente: Bom dia, senhor! Em que
posso ajudar?
Eu: Bom dia, moça. É o seguinte,
estou sem internet já desde sexta-feira, salvo em alguns momentos em que ela
resolve dar algum sinal.
Atendente: Como assim? Ela não
está funcionando...?
Eu: Não está, moça. Ela faz a
conexão, mas logo em seguida caí. Não estabiliza o sinal.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Quem nunca ‘postou’ algo nas redes
sociais só para ganhar uma curtida, comentários, ou mesmo para tentar passar a
imagem de ‘carinha descolado da turma’, com a desculpa de que achou engraçada a
publicação, que atire o primeiro computador! – Mas de preferência aqui no meu
colchão... Vai que não quebra...
Acontece que agora, ou melhor, já
de um tempo, tudo virou modinha, principalmente nas redes sociais. Ou vai me
dizer que não vemos o tempo todo o Chapolin comentando feriado, o Seu Madruga
falando de pobreza e algumas nuvens sendo arrastadas por uma corda para várias
cidades diferentes...? Isso, claro, quando não vemos montagens em fotografias
para postagens do tipo “eu tenho sabedoria e sou engraçado...!”
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Não sei se foi pela influência da
cerveja ou da vontade de reler O Guia dos Mochileiros das Galáxias, que durante
uma avaliação sobre os jornais atuais, me trouxe a ideia de que todos eles
deveriam ter na capa um selo bem grande escrito em letras garrafais e
amigáveis, a frase: NÃO ENTRE EM PÂNICO!
Sim! Pode ter sido a cerveja, mas
de fato deveria existir uma lei que obrigassem as mídias impressas ou mesmo as
de web, rádio e televisivas, a usarem essa advertência quase que com neon
piscando, para alertar a população de seu conteúdo, quase sempre,
sanguinolento. Inspirando calma ou pelo menos tentando passar uma leve
aparência de preocupação com a sanidade de seu consumidor. Afinal nem sempre
estamos preparados para o que vemos.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Como
sempre, caminho por Goiânia em busca de algo que me surpreenda. Porém,
sinceramente, a única coisa que tem me surpreendido, ultimamente, são os
obstáculos ‘inventados’ para que nós pedestres não possamos caminhar. Encontramos
de tudo um pouco, de mesas de bares a carros estacionados na calçada. Chega
até impressionar com o tamanho descaso do poder público e, principalmente, da
população como um todo.
Eu
estava ali no Setor Aeroporto, com todas as suas ruas confusas e sem nenhuma
ordem lógica. O sol judiava da minha ‘moleira’... – ri me recordando dessa fala
de quando eu morava na Bahia. A placa da esquina indicava a Rua 16A com Rua 6A.
Nenhuma das duas era a que eu queria. Precisava chegar a Rua 15A. Puxei do
bolso meu celular. Fiquei estarrecido ao ver, pelo GPS, que a bendita rua que
eu precisava ir estava completamente do lado oposto do mapa e não em sequência.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Sabe mãe, estava caminhando na cidade, e acho que de tanto andar, só hoje percebi a esquizofrenia que a humanidade está adquirindo. É, mãe! A esquizofrenia do imediatismo. É uma pressão alucinada e com brilhos dourados de cifrões que piscam, ainda mais, nos olhos de que tem dinheiro. Uma urgência tão grande que deixa a falsa impressão de que um dia tem menos tempo do que o outro. E essa correria, nos faz sentir tão sós... Não há tempo para conversas na porta da casa, não há tempo para olharmos para o lado e ver que nada disso vale a pena. E com pressa não interessamos se no fim não aproveitamos os poucos minutos ao lado de quem gostamos. Importa menos ainda para muitos que dirigem nas estradas, correndo para economizar míseros segundos.
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
“- Você é muito
inteligente. - disse eu ao garoto.
- Obrigado.
- Já sabe o que vai ser quando você crescer?
- Já. Vou ser caminhoneiro.
- Mas não pensou em outra coisa, você tem muita capacidade, pode ser qualquer coisa!
- Bem, eu queria mesmo ser médico...
- Ora, então seja!!
- Não posso!
- Não pode? Não pode por que?
- Porque eu sou negro.”
- Obrigado.
- Já sabe o que vai ser quando você crescer?
- Já. Vou ser caminhoneiro.
- Mas não pensou em outra coisa, você tem muita capacidade, pode ser qualquer coisa!
- Bem, eu queria mesmo ser médico...
- Ora, então seja!!
- Não posso!
- Não pode? Não pode por que?
- Porque eu sou negro.”
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Não
fazia muito tempo que tinha acabado de acordar. A fila da linha 021 parecia não
ter fim, mas dessa vez o ônibus estava no horário. Fui um dos felizardos e ser
um dos primeiros a entrar e conseguir acento, dessa vez.
–
Sabe amiga, acho que vou procurar uma dessas clinicas de estética para colocar
um silicone no meu bumbum – disse uma moça, morena, sentada num dos bancos
reservados para idosos. Ela não parecia se importar.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Era
só mais um dia ‘incomumente’ normal. O dia tinha sido tão cheio quanto podia no
setor Marista. As notícias corriam desde acidente, de um trânsito desumano
nessa capital, à pessoas que foram assaltadas em pontos mais distantes do
bairro. O salão de beleza do bairro estava cheio de mulheres querendo fazer
apliques, maquiagens, cortes, hidratações para combater as pontas duplas, entre
outras. Eu já estava cansada de ficar em pé, andando de uma cadeira a outra até
o anoitecer.
Assim
que saí do serviço meu telefone tocou. Pensei que fosse algum cliente ou minha
chefe, quase não atendi. Era o pai do meu filho. Há um tempo nos separamos, mas
até pelo motivo de que temos um filho juntos, resolvemos tudo amigavelmente e
mantivemos contatos, sem nenhum interesse. Ele queria um pouco do meu tempo, “precisava
conversar, desabafar.” Dizia.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Enquanto
isso, eu estava acordado de madrugada e por mais "incressa que parível",
trabalhando. Normalmente é um horário silencioso aqui no prédio, mas eis que
pela janela chega um som estridente e quase ensurdecedor de uma... Como posso dizer?...
hmmm... errr... Profissional do Sexo a preço de custo - não, nunca perguntei o
valor, mas só por estar aqui no Setor Universitário não deve cobrar muito. Até porque se tem uma raça que é sem dinheiro, até mesmo para comprar Toddynho,
é o tal do estudante.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Não
demorou. Foi tudo uma questão de poucos segundos, chuto a dizer que aconteceu em
no máximo 30 segundos. Uma freada, um som de pneu cantando atrás, um vulto, a
batida fofa, uma buzina e pessoas aglomerando formavam quase que uma platéia na
calçada. Carros faziam fila e reduziam conforme o reflexo do motorista para
também não bater.
Assim
partiu um pai de família, talvez avô. O sol nem havia raiado direito, nesse
horário de verão. O trânsito, para variar estava pesado, denunciando a falta de
estrutura viária, fazia com que pedestres esperassem mais que cinco minutos por
uma brecha entre os carros para atravessar a avenida. Motoristas, aqui, costumam
não se importar com as sinalizações.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Goiânia,
como no restante do país, também se organiza em filas. São filas para banheiro,
caixa de supermercado, loterias, estacionamento proibido em curvas, filas de
mesas nas calçadas, e até fila para usuários de drogas. O único lugar que ainda
não vi fila foi para entrar no transporte coletivo. Nesse caso, o povo simplesmente
sai atropelando o que vê pela frente e não respeitam idosos, grávidas, muito
menos crianças.
Porém
o que mais me impressiona são as situações e conversas que podemos presenciar
nas filas, principalmente quando vamos fazer compras. Por ventura, hoje, logo
que tive uma pequena folga após seis horas ininterruptas de trabalho, sem
almoço, mas com um pouco de café graças a namorada, resolvi que seria
interessante esticar alguns minutos para comprar qualquer lanche num
supermercado a caminho de uma prova aplicada pelo professor Joãomar, em minha
graduação.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
E
de longe já podia me ver correndo como quem vai tirar o pai da forca. Não! Eu
não estava fazendo um cooper, nem tão pouco estava vendo uma horda de torcida
organizada vindo em minha direção para assaltar. Não! Também não estava com
diarréia e muito menos precisava ‘conquistar’ o transporte coletivo. Eu só pensava
no motivo pelo qual coisas bizarras tendem a acontecer comigo...
Só
para variar um pouco, perdi o horário e para não chegar atrasado resolvi
retirar um pouco de meu dinheiro para pagar um táxi ao invés do costumeiro
transporte coletivo da linha 021 (Flamboyant/Pça. Bíblia). O dia estava
tranquilo, devido o horário de pico estar no final, além disso, dessa vez
resolvi não comer por ali perto, afinal os últimos lanches, de certa forma,
foram perigosos para minha sanidade.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
E
aí não teve jeito. Matreira como toda dor é, surgiu assim do nada, logo abaixo
do peito. A respiração ficou complicada, como se quisesse evitar a movimentação
muscular do tórax e o ar faltou. Não sabia o que era. A última vez que tinha
sentido isso eu tinha tomado um chute bem dado de um companheiro de Karatê
Shotokan, mas, ainda assim, durou por algumas horas e depois fomos nadar, como
se nada houvesse acontecido.
Essa
dor de hoje não parecia que queria ir embora e olha que tentei argumentar,
massagear, aplicar ‘Arnica’ (Gelol do Centro Oeste vendido nos melhores
caixeiros de rua), chá e até remédio para relaxamento muscular, nada adiantou.
Essa dor veio birrenta, briguenta de forma a me obrigar a tomar o rumo do
Araújo Jorge, hospital público de referência em Goiás e o mais perto de casa.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
É...
De alguma forma creio ter me perdido no tempo, muito embora eu tenha menos
idade que a maioria dos considerados idosos nesse país. Antigamente, e me
refiro a acontecimentos de apenas 10 para 15 anos atrás, as pessoas costumavam
conversar mais, ao menos de onde venho. Não tinha essa coisa de permanecer mil
horas em frente ao computador fuçando em um perfil de fulano ou ciclano, só
para ver o que a pessoa anda fazendo.
Não,
naquela época as pessoas tinham mais o que fazer e, se quisesse realmente saber
ou participar da vida do interessado, buscavam uma aproximação cara a cara.
Virtualidade era o conceito aplicado a algo existente apenas em nossa
imaginação. Completamente diferente dessa considerada amizade atual ou lugares criados
para conhecer pessoas, como o Tinder, que não existe fisicamente falando. Não,
naquela época a melhor forma de se fazer novas amizades ou mesmo de ‘chavecar’
aquela guria ou guri era a boa e velha roda de amigos, mesa de bar, uma saída
na livraria, talvez um café...
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Se
tem uma coisa que preciso fazer com uma grande urgência, é mudar os lugares que
resolvo comer. Não pelo motivo de serem ruins, mas pelo fato de que atualmente
não andam fazendo muito bem para minha sanidade mental. Sério, devo ter cara de:
“vamos lá, que tal me importunar um pouco? Não estou fazendo nada mesmo!”
O
dia ia muito bem. Só para variar acordei alguns minutos atrasado do horário em
que eu deveria começar a pensar nas coisas de trabalho. Mas ainda assim, até
pela fome matutina que não é pouca, resolvi tirar uns 20 minutos para um café
rápido. Vantagem de quem não tem exatamente um chefe.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014
A tarde já estava chegando próximo ao fim, quando resolvi por
bem cumprir um dos meus antigos rituais. Tomar café. Só Deus e minha falecida
avó sabe o quanto gosto dessa bebida, mas com o calor que anda fazendo
ultimamente é até perigoso arriscar tomar quente. Sendo assim, chegando no Café
da Tia Nair, resolvi pedir um café gelado e 4 pães de queijo. Não tinha o
biscoito frito. O local até que estava vazio para o
horário, o que não é de estranhar pela temperatura.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Como caso raro de acontecer, no amanhecer de hoje o sol surgiu
de forma tão surpreendente que só fui ver perto das 9 horas, quando iluminou
meu quarto. Afinal, quem nunca acordou atrasado para algo? Tudo bem que comigo
acontece sempre. O céu estava limpo, e o chão repleto de roupas que eu juro,
mãe, vou lavar em algum momento. Mas enfim isso que comecei a narrar não tem
absolutamente nada haver com o que eu queria contar... Entretanto como é um diário,
vale a pena o lembrete da roupa.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Sei não, mas se a franquia de filmes “Tá Chovendo Hambúrguer”
fosse de Goiânia nessa época de eleições, sem citar as outras cidades
brasileiras, o nome com a máxima certeza seria: “Tá chovendo coxinhas”. Não
importa para onde vá, desde embarcar no transporte coletivo a tomar uma cerveja
no fim da tarde, todos os lugares estão infestados de pessoas arrotando
opiniões pseudo-intelectuais, no mais pleno e absoluto senso comum, e brigando
com os demais sobre os dois candidatos a presidência.
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Sei que está ficando até chato toda vez terem que ler que
nessa cidade está muito calor. Mas sério, dessa vez não tem como não falar, até
porque acredito piamente que só o calor é capaz de mexer assim com a cabeça da
população a ponto de fazer com que pessoas criem ‘fan pages’ no Facebook,
apoiem e até queiram se casar – sim, eu disse casar – com o Serial Killer confesso de Goiânia. Atualmente chamado de vigilante pela mídia local.
É... Só pode ser a temperatura. Não quero acreditar que
mesmo após a apresentação e reconstituição de um dos crimes, entre 22 mulheres
e 17 homens assassinados por ele, pessoas o intitulem de herói, apoiem o rapaz,
ou desejem se casar chamando-o de perfeito, criando páginas de adoração como ‘oanjo da morte’ e Tiago Henrique Gomes da Rocha te amamos’, sem ter sido por
culpa de uma enorme insolação causada por caminhar num sol de meio dia nessa
cidade no coração do Brasil.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
O dia hoje prometia...
Graças a ideia de uma amiga para apresentação de uma
palestra, eu estava vestido como há muito não faço, todo de preto, num dia em
que a palavra calor já se tornava em mantra popular em plenas seis horas da
manhã. Sendo assim, um chapéu branco na
cabeça para tentar suavizar não iria ser exatamente uma má ideia... Ao menos
algo iria proteger minha cuca. A palestra durou pouco tempo, o tema não era lá
dos mais complicados, e a sala estava quase cheia e em silêncio. O problema
mesmo foi após tudo. Tive que voltar para minha casa sob um sol de quase meio
dia.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Não sei se só eu, mas andei percebendo nesses últimos
dias um bando de ‘espertalhões’ nas ruas da cidade. Eles ficam aqui e ali
perambulando em volta dos terminais de ônibus, em frente das faculdades da Praça
Universitária ou ao redor dos vários bares que tem aqui em Goiânia. Estão
sempre maltrapilhos, cheiram a qualquer coisa ruim e, quase sempre, mancos ou
fingindo uma espécie de deficiência. Ultimamente
até entram nos ônibus do transporte coletivo com uma fotografia de uma criança
com câncer, do qual afirmam ser pai/mãe, e pedem ajuda para comprar os supostos
remédios. Mas não se engane, não é qualquer centavo. Eles pedem quantia quase
fixa, do tipo R$ 5,00, R$ 2,00 e até R$ 10,00. Inclusive pensei que fosse uma
inflação de esmolas, quando ouvi esses pedidos pela primeira vez.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Acho que nunca passei tanto calor como nesse ano em
Goiânia. As coisas aqui andam tão complicadas de temperatura, que até tenho
medo de chegar na cozinha e confundir minha geladeira com o fogão e fazer o
almoço. Olha que por eu ser baiano, graças ao Senhor do Bonfim, deveria
suportar o calor, mas estou sofrendo... E nessa época do ano, só para complicar
mais, o ar é seco - mas de uma secura tão grande, que não me estranharia
ver nordestinos, como eu, se arrumarem no primeiro pau de arara de volta
pra terra natal, buscando ares mais frescos.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
– Um bandido desse
tem é que ser pego pela população... Um bandido desse, (me desculpe falar
assim, mas é a minha opinião e que muitos não têm coragem de dizer), merece
é apodrecer na cadeia. Aliás, cadeia é muito pouco, merece é morrer mesmo... Merece
é que a polícia dê um chá de sumiço nele... Ah! Mas aí vem os direitos humanos
passar a mão na cabecinha desse tipo de marginal... Comigo não! Pra mim tem é
que tomar cacete o dia inteiro! – comentou o apresentador de um programa
jornalístico estilo Cidade Alerta – só assim para ele aprender a viver em
sociedade...!
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Se tem uma coisa que vem tomando conta de minha cabeça
hoje é a pergunta: O que será que os cabos eleitorais tem contra meu café da
manhã?
Diferente da última vez o sol já havia nascido há algumas
horas. Sexta feira é dia de eu começar meus afazeres mais tarde. Mas nem por
isso deixei de ir a minha padaria favorita comprar meu café, que hoje seria
mais reforçado. Misto quente e suco de limão. O horário de pico já tinha se encerrado,
mas ainda assim era possível ver grandes aglomerações de pessoas dentro do
terminal Praça da Bíblia, nada fora do comum.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Tudo começou por conta de um acidente de trânsito. Só
para variar.
E a noite nem tinha começado, o horário de pico estava no
auge. Pessoas transitando em busca de voltar para casa após um dia de serviço,
outras indo para faculdade e trabalho, lotavam as ruas da cidade. Na esquina,
bem perto a um semáforo um carro estava com o pisca alerta aceso.
Era um acidente aparentemente casual, muito comum em Goiânia.
Afinal, que essa é a capital onde parece que todos os motoristas aprenderam a
dirigir na casa da mãe Joana, não é novidade nem para os gringos. Aqui,
motoristas formados pelo teórico Departamento de Trânsito não tem o costume de
dar seta, possivelmente por achar que se der a sinalização que irá virar,
significa perder a virgindade do olho **. Mas mesmo assim alguns ainda aceitam
o risco que é dirigir nessa cidade que ninguém, nem a mãe Diná, conseguiria
prever a direção dos carros.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
É mais que consenso. ‘Tô’ me tornando velho e ranzinza. Já
não consigo aceitar essa teórica juventude atual com suas músicas no estilo: “se
eu te encurralar no meu cafofo você vai ficar é louca...” ou essas que só dão
comando de “subir, empinar, descer”. Sem contar nas inúmeras letras que, definitivamente,
não falam uma língua inteligível como as: “rá rá rá rá rá rá rá lepo lepo” ou a
do “dim dim dim dom dom dom”.
É... Definitivamente estou me tornando um velho e ranzinza
em meus plenos 27 para 28 anos. Mas isso porque não consigo entender a vida do pão
e circo. O governo, literalmente, se fu... para a população e o ‘povo’, mesmo
depois de uma manifestação histórica em junho de 2013, continua a manter os mesmos
no poder em 2014. Não consigo entender essa ‘gente’ que presta mais atenção em UFC,
Futebol, BBB, A Fazenda, do que no próprio país. Mas isso devem ser apenas
‘ranzinzisses’ minhas, afinal ta aí a juventude que sempre critica e briga na
internet. Até porque a internet tem uma força tão grande pra tudo... Não é?
terça-feira, 7 de outubro de 2014
E sequer havia nem chegado o meio dia nessa cidade, mas
eu já estava morrendo de fome. Preferi então, ao invés de ir até em casa para
cozinhar, almoçar num restaurante perto, o preço estava agradável de pagar e o
local cheio de clientes, apesar de ser apenas 11h30. Assim que entrei
cumprimentei o rapaz que entregava a comanda na porta do restaurante – hábito
comum em Goiânia – e fui lavar as mãos. Porém havia uma pequena fila.
– Você viu o resultado da eleição? – Disse uma mulher com
um crachá de uma repartição pública situada no Jardim Goiás, para outra que
estava à frente – Elegeram novamente a Dilma. Porque mesmo tendo o segundo
turno, é muito provável que ela ganhe novamente. Esse povo é mesmo muito burro.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
– O que tem jogar o papel no chão? Se não houver lixo o
gari não trabalha!
Sério, quem nunca ouviu essa frase, principalmente na
hora em que estamos com alguém e o criticamos de jogar lixo nas ruas, seja pelas
janelas de ônibus, carros ou mesmo a pé? Não entendo a dificuldade alheia de
não conseguir segurar seu copo, papel ou o que quer que seja até o próximo
lixeiro, mesmo que seja em sua própria casa. Uma vez que lata de lixo em
Goiânia é quase tão raro quanto o bom senso político do prefeito.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Se tem uma coisa que nunca entendi completamente é por
que os psiquiatras nunca receitaram andar de transporte coletivo como remédio
para insônia? Dormir no ônibus é uma prática bem antiga. Dizem que foi
desenvolvida por trabalhadores cansados, adaptada por estudantes do ensino
superior e aperfeiçoada por passageiros que não querem dar lugar para os idosos.
Chega a ser algo que mereceria um estudo mais
aprofundado. Veja bem, aqui na Praça da Bíblia, diariamente, podemos ver
multidões se aglomerando para esperar os coletivos, seja para chegar ao
trabalho, faculdade, escola, seja para qualquer outro canto da cidade. Na fila encontramos
de tudo, desde pessoas rezando por um transporte com mais dignidade, a pessoas
serelepes que cantam, dançam e até tocam bateria imaginária (esse último sou eu
mesmo). Porém após a chegada do transporte e da briga matinal pelo embarque,
quem consegue um acento simplesmente apaga. Principalmente os que estão perto
de alguma janela, até porque a prática de dormir em ônibus exige algumas
habilidades, como manter a cabeça firme sem pender demais para os lados ou
chacoalhar conforme as ondulações do asfalto goiano.
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Endereço... Será que só eu tenho problemas com a
localização das coisas aqui? Que chame o carteiro de louco quem souber a lógica
das ruas no setor Aeroporto. Se tem uma coisa que aprendi nesses nove anos de
convivência, aqui na cidade é a necessidade de falar o endereço por pontos de
referência. Turistas ou novos moradores, vindos de qualquer outro estado em que
as cidades falam endereço por ruas, como São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro,
se perdem completamente justamente por não conhecer esse hábito típico Goiano.
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
E como está calor nesses últimos dias em Goiânia... Como
até já citei em outro dia, a solução para isso, nessa cidade, é atolarmos no
sorvete ou viajarmos para o entorno. Porém como viajar em dias de trabalho?
Sendo assim, os supermercados e sorveterias é quem estão lotados de pessoas em
busca do alívio gelado.
Só que comprar o que quer que seja nessa cidade, não é tão
fácil quanto parece. Quem nunca passou pelo caixa de supermercado para comprar
um papel higiênico que seja e foi surpreendido pela caixa perguntando se você
não quer recarregar o celular? Na verdade, parece que recargas de celulares
estão bem na moda de ser oferecido. Se chegarmos a uma farmácia está lá a
bendita recarga. Dizem as más línguas que essas tais recargas estão
sendo oferecidas até em funerárias. Quase uma promoção, compre dois caixões e
ganhe uma recarga de R$ 100,00 para sua operadora.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
E aí o trânsito para outra vez. Horário de pico na Praça
da Bíblia é sempre uma tormenta, não desmerecendo os outros lugares. Mas aqui
temos que conviver com motoqueiros em cima da calçada – na verdade em toda
Goiânia – buzinas, ônibus do terminal, motoristas furando sinal e outros
pensando que seta não existe, pra não dizer outra coisa. Pedestre que quiser
atravessar a rua precisa esperar pelo menos uns 15 minutos ou arriscar em meio
os carros.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Aff... Que calor é esse gente? E olha que agora no final
da tarde deu uma chuviscada. Até parece piada, mas saí ali fora para dar uma
aproveitada na brisa e em menos de cinco minutos o asfalto estava completamente
seco. Até me faz lembrar uma piada antiga e amplamente conhecida:
– Meu amor... diz algo quente no meu ouvido, diz... –
fala a mulher com voz sensual, remexendo seu corpo e insinuando-se para o
marido.
– Goiânia... – ele responde, esbaforido.
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
E então encontrei na rua, ou melhor, no caminho, uma
senhora. Ela vinha atravessando a rua em direção ao Nocaute, bar próximo a
Catedral de Goiânia. Caminhava como se fosse algo tão natural, com sua vasilha
de moedas a mostra e uma sacola de pertences pendurada no ombro. Tinha o rosto
humilde, feições tão sofridas quanto a própria vida, mas com uma felicidade de
dar inveja a qualquer rico por aí.
– Quando a noite vai,
quando o dia ‘invém’, como é bom encontrar com você também... – ouvi sua voz
cantar, assim que passou em frente à mesa que eu dividia com um amigo. Um amigo
que fazia um tempo que não saia e que, aliás, passei a ignorar assim que essa
senhora despontou na calçada.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Ela estava lá toda prosa se arrumando para o namorado. Afinal,
sabe como é... Nem só de estudo e trabalho vivem as mulheres, mas também de
quaisquer saidinhas para cinemas e bares também. Mesmo sendo meio de semana.
A maquiagem estava quase pronta quando aquela bendita luz azul
do celular começou a piscar mais que um neon de cinema adulto da Av. Anhanguera
e menos que as setas dos carros em Goiânia. Piscava descontroladamente e junto
com aquele som típico para avisar que há uma notificação não lida.
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
– Que desperdício...!
Sim, essa foi a primeira frase que ouvi no momento em que
entrei na panificadora, próximo ao terminal Praça da Bíblia. A atendente olhava
para uma mesa com quatro homens vestidos com roupas esportivas. E outra logo
atrás suspirava corações partidos quando viu um dos quatro segurando a mão do
outro em forma aparente de carícia.
– Boa tarde, me vê um misto completo, por favor – falei
com a primeira atendente.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Estava ali, em plena terça-feira. O sol dessa cidade
castigando seus já poucos cabelos brancos e seu corpo agachado próximo a uma
caixa de papelão que escondia um ‘tesouro’ alimentar. Estava ali, sendo
praticamente pisoteado e atropelado por todos que passavam cegos de sua
existência. E catava verduras, frutas, legumes, ou o que estivesse à mão e
fosse desperdiçado pelo super mercado Universo. Contei pelo menos três vezes o
encarregado da sessão de hortifrúti embicar um caixote de madeira em cima da
caixa em que catava, sem nenhum cuidado. Não aparentava se importar com quem
ali estava e muito menos disposto à delicadeza de oferecer, mesmo que restos.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014

sexta-feira, 19 de setembro de 2014
E então depois de um sono relativamente tranqüilo – se é
que posso dizer que dormir na frente do Hospital de Urgências de Goiás, onde
moro, ouvindo as sirenes e ambulâncias durante a noite é tranqüilidade – acordei
e me arrumei para ir à faculdade, lá no Campus Samambaia, setor Itatiaia.
(Resumindo: longe a dar com pau).
Entretanto para chegar à faculdade não é lá muito fácil. Primeiro
tenho que enfrentar uma manada de gente que pisoteia o que ou quem estiver na
frente só para conseguir um lugar para sentar no veículo até chegar ao centro.
Depois outra manada de pessoas da mesma forma apenas para conseguir entrar num
ônibus que vai da Praça Cívica ao Campus.
(Sinceramente, eu não entendo o que esse povo, parece até que nasceu cansado ou
tem a síndrome da meretriz. Dá até brigar por um lugar para sentar.)
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
– Vai para calçada vagabundo! – Gritou um senhor com
uniforme de polícia de dentro de seu Gol do ano.
Já era quase meio dia. E logicamente, como qualquer
outro, eu estava louco para ir para casa fazer o almoço. Mas com aquele grito até fiquei sem reação.
Olhei para o lado, e para o outro, me fixei na possibilidade de que ele não
estivesse falando comigo, em vão, e por uma fração de segundo ponderei na
possibilidade de realmente ir para a calçada. Entretanto essa não seria uma escolha
possível.
Nem bem tinha acabado de tomar meu café da manhã e me veio um 'garoto', de mochila a tira colo, calça jeans, camisa lisa vermelha, com um adesivo no peito, (Que claro não vou citar o bendito candidato nem o ParTido dele), 'falar' sobre um tal político.
- Bom dia, rapaz, você já tem candidato?
Claro que com essa pergunta, levemente minha sobrancelha direita levantou automaticamente, como quem já está pensando naquele coice. Até porque ninguém tem um candidato literalmente
- Bom dia, rapaz, você já tem candidato?
Claro que com essa pergunta, levemente minha sobrancelha direita levantou automaticamente, como quem já está pensando naquele coice. Até porque ninguém tem um candidato literalmente
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É mais que consenso. ‘Tô’ me tornando velho e ranzinza. Já não consigo aceitar essa teórica juventude atual com suas músicas no estilo: “...
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Sei que está ficando até chato toda vez terem que ler que nessa cidade está muito calor. Mas sério, dessa vez não tem como não falar, até...
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É... Quem diria pai. Você estava certo! O ‘ser adulto’ chega logo, já não volta o tempo, e adultera os sentidos de um saudosismo quas...
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